sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O fazendeiro

Bom Dia, amados do pai!

Um dia, Deus me mostrou isso. Um dia, eu estava parado e me veio à mente uma imagem, como se fosse um filme. Um fazendeiro estava dormindo na rede, em sua propriedade, numa noite gelada por causa da tempestade que caía no local. De repente, cai um trovão e ele acorda. Logo vem à mente dele os problemas que tem que resolver na fazenda com os animais, a plantação, as pessoas que ajudam na fazenda, entre muitas outras coisas. Ele está aflito e muito chateado, pois resolver tudo isso está complicado. Até que ele sente falta de alguma coisa: a chuva começa a parar bruscamente e ao olhar ao seu redor, o fazendeiro percebe que as nuvens começam a se abrir, mostrando um pequenino brilho da luz do sol, surgindo por detrás das montanhas. Então, ele sente uma mão em seu ombro:
--Como vai você, meu amigo?, ele ouve.
Uma pessoa senta em um banco que está ao seu lado. Logo, seu coração arde e ele sabe que é alguém muito especial falando com ele. O moço que ele vê tem um sorriso contagiante, uma fala tranquila e segura e a sua presença é muito agradável.
--“Bem, eu acho”, o fazendeiro responde.
--“Não precisa mentir. Eu sei o que se passa no seu coração.”
Era Deus? Jesus estava ali? Porque a tão honrosa visita? O fazendeiro sorri com todos esses pensamentos na sua cabeça.
--“É muita coisa pra se pensar, não é? Dívidas, a fazenda, os animais... Mas fique tranquilo, eu posso te ajudar, sabia?”, diz o homem.
O fazendeiro está mudo. Não sabe como aquele homem sabe de tudo aquilo. Mas ele sente que pode confiar nele.
--“Bom, claro que sabia. Seu pai te disse isso”, diz o homem estranho.
Como ele sabia de meu pai?, pensa o fazendeiro.
--“Bom, você vai falar ou eu vou ficar aqui só falando mesmo?”
Os dois dão uma boa risada. O fazendeiro então resolve falar:
--“O senhor tem razão. São muitas coisas para eu mesmo resolver. Vacinas pros animais, remédios pros insetos nos bois e nas vacas, a plantação com problemas e para piorar: tem muito funcionário que foi desonesto aqui.”, diz o fazendeiro.
--“Eu posso te ajudar muito, mas você terá que confiar em mim.” diz o homem.
--“Tudo bem.”
O homem fixa os olhos no fazendeiro e diz:
--“Você já sabe quem eu sou eu, não?”
Os dois se olham com um leve sorriso, em concordância.

Por muito tempo, o fazendeiro conversa com o homem, e este homem dá muitas dicas e conselhos que abriram os olhos do fazendeiro. O fazendeiro conseguiu ver que, o que ele fazia poderia gerar muitos problemas futuros e que era melhor resolver tudo agora. Quando está perto de amanhecer, o homem diz que tem que ir.
--“Ir para aonde? Fique mais um pouco”, diz o fazendeiro.
--“Não, eu realmente tenho que ir. Preciso acertar algumas coisas também”, diz o homem.
--“Entendo. Mas o senhor vai voltar?”
--“Sabe, são poucas pessoas que me recebem assim, de braços abertos. Eu por muito tempo sempre estive pronto a atender todas elas, independente dos erros que cometeram. Tenho muitos trabalhadores na minha vinha que eram pessoas problemáticas, que viviam nos seus erros, se afogando cada vez mais, piorando seus problemas... Alguns desses mesmos trabalhadores mataram várias pessoas, tem aqueles que comandaram massacres, outros que fizeram coisas muito piores.”
--“E o senhor perdoou todos?”, diz o fazendeiro.
--“Eu os amo muito. Muito mesmo. Daria tudo para resolver os seus problemas por mim mesmo. Mas eu dei a eles a oportunidade de escolher. Se querem ser livres disso ou não. Não gosto de trabalhadores que querem ficar do mesmo jeito que chegaram à minha vinha. Eles querem tudo muito fácil. Querem a gratificação que ofereço mas não querem entrar nas regras da minha plantação que é se livrar de tudo o que você era para ser outra pessoa. Tem que entrar nas regras e acho que você sabe bem disso, não?”, diz o homem.
--“Sei sim. Mas vem cá: aonde fica sua vinha?”
--“Em um lugar de difícil acesso. É complicado dizer a direção.”
--“ Talvez eu vá visitá-la”, diz o fazendeiro.
--“Eu vou precisar de trabalhadores para me ajudar pois a minha vinha é muito grande e quanto mais gente melhor. Mas é claro: dentro das regras.”, diz o homem.
--“Eu vou sim. Quero muito fazer parte.”
--“Vá mesmo. Quero ver você lá. Depois da colheita, vai ter um grande banquete para nós comemorarmos. Vai ser muito gratificante ter você lá.”, diz o homem.
--“Só uma coisa: quem é o senhor mesmo?”
O homem sorri e depois de um curto tempo, ele diz:
--“O dono da vinha”.
O fazendeiro vira o rosto para a paisagem e quando volta para o homem, ele já não está mais lá.


Fiquem com Deus, queridos.



Samuel Cabral, tecladista do MKA.


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